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Análise e Opinião

DIANTE DE UM MUNDO CADA VEZ MAIS ANTICRISTÃO.

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“Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar…”(Ef 6,12)

Nos diz o venerável Cardeal Fulton Sheen: “Nós estamos vivendo nos dias do Apocalipse – os últimos dias da nossa era… as duas grandes forças do Corpo Místico de Cristo e do Corpo Místico do Anticristo estão começando a desenhar as linhas de batalha para o embate final. O Falso Profeta terá uma religião sem a cruz. Uma religião sem um mundo vindouro. Uma religião para destruir as religiões. E o falso profeta vai criar uma outra. 

A falsa igreja é mundana, ecumênica e global. Vai ser uma federação de igrejas. E as religiões irão formar um tipo de associação global. Um Parlamento Mundial das Igrejas. Será esvaziada de todo conteúdo divino e será o corpo místico do Anticristo. O corpo místico hoje na Terra terá o seu Judas Iscariotes e será o falso profeta. Satanás o recrutará dentre os nossos bispos. 

De Anticristo ele não será chamado, caso contrário ele não conseguiria seguidores. Ele não se vestirá de vermelho e nem vomitará enxofre, também não terá como cetro um tridente ou balançará uma cauda pontiaguda como Mefistófeles em Fausto. Esta mascaração só serviu para ajudar o demônio a convencer os homens de que ele não existe. Quanto mais ninguém o reconhece, mais poder ele exerce.

Deus definiu a Si mesmo como “Eu sou Aquele que Sou”, enquanto o demônio, como antítese se define como “eu sou aquele que não sou”. Em nenhum lugar nas Sagradas Escrituras encontramos justificativa para o mito popular do Diabo como um palhaço vestido de “vermelho”.  Ao invés disto, ele é descrito como um anjo caído do céu, como “o príncipe deste mundo”, cuja tarefa é nos dizer que não existe outro mundo. Sua lógica é simples: se não há céu, não há inferno, se o inferno não existe, então não há pecado, se não há pecado, então não há juiz, e se não há nenhum julgamento então o mal é bom e bom é mau. Mas, acima de todas estas descrições, Nosso Senhor nos adverte que ele será tão parecido com o Cristo que seria capaz de enganar até mesmo os escolhidos – e certamente nenhum demônio já descrito em alegorias de livros seria capaz de enganar os escolhidos.

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Como então ele se apresentará nessa nova era pra ganhar seguidores para a sua religião?

A crença já nos tempos anteriores à Rússia comunista é que ele virá disfarçado como um grande líder humanitário: ele vai falar de paz, prosperidade e abundância não como um meio para levar-nos a Deus, mas como um fim em si mesmo. A terceira tentação , aquela em que Satanás pediu a Cristo para adorá-lo em troca de todos os reinos do mundo, se tornará a tentação de ter uma nova religião sem a cruz, uma liturgia sem a menção de um mundo por vir, uma religião para destruir a verdadeira religião, ou uma política que se tornará uma religião – uma religião que renderá a César até mesmo as coisas que são de Deus.

No meio de todo o seu aparente amor pela humanidade e seu discurso simplista de liberdade e igualdade, ele guardará um grande segredo que não revelará a ninguém: ele não acredita em Deus. Porque sua religião será a fraternidade sem a paternidade de Deus, e é com essa religião ele vai enganar até mesmo os eleitos. Ele vai criar uma contra Igreja que será pura macaqueação da Igreja, porque ele, o Anticristo, não faz outra coisa senão macaquear a obra de Deus. Essa igreja terá ritos e características da Igreja, mas em sentido inverso pois estarão esvaziados de seu conteúdo divino.

Será um corpo místico do anticristo que em todas suas aparências exteriores lembrarão o Corpo Místico de Cristo. Mas os homens do século XX se juntarão a essa contra igreja porque ela se proclamará infalível quando seu chefe visível falar da cátedra sobre temas tais quais economia e política, como pastor-chefe do comunismo mundial” 

(Fonte: Cardeal Fulton J. Sheen, no livro “Communism and the Conscience of the West” – Bobbs-Merril Company, Indianápolis, 1948, páginas 24-25 – Em 2002, sua causa de canonização foi aberta e suas “virtudes heroicas” foram reconhecidas em 2012 — sendo, portanto, já um “Venerável”).

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“Nos tempos do Anticristo a Igreja de Deus sobre a terra verá reduzido grandemente o número aparente de seus fiéis devida a aberta deserção dos poderes deste mundo. Esta deserção começará por uma indiferença a toda forma de cristianismo, sobre a aparência de uma tolerância universal. Mas esta tolerância não procederá de um verdadeiro espírito de caridade e indulgência mas de uma projeto que tem por fim destruir o cristianismo pelo incentivo as seitas.

Esta pretensiosa tolerância irá muito mas além de uma justa tolerância a inclusive a que diz respeito as diversas denominações cristãs. Pois os governos pretenderão ser indiferentes a todas e não darão proteção preferencial a nenhuma. Da tolerância das mas pestíferas heresias passarão logo a tolerância do islamismo, do ateísmo e por fim virá a perseguição explícita da verdade do cristianismo. Nesses tempos o Templo de Deus se verá reduzido aos santos, isto é, ao pequeno número dos verdadeiros cristãos que adoram o Pai em espírito e em verdade e que regem estritamente sua doutrina e culto e toda sua conduta pela Palavra de Deus”

(Fonte: Beato Cardeal John Henry Newman, escrito no ano de 1838)

Diante de um mundo cada vez mais anticristão, nós vemos muitos dos nossos irmãos entregando-se  à podridão das trevas, pouco a pouco,  se desvencilhando da vida virtuosa e, ao mesmo tempo, da Sã Doutrina do Senhor, enganados pela ilusão de uma vida mais cômoda e fácil, oposta às “aflições” supostamente trazidas pela vida reta. Enganam-se aqueles que pretendem viver com Cristo, supondo que não sofrerão, assim, os males terrenos. Ora, o próprio Jesus não deixa dúvidas: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33b). E desafia-nos: “…Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).

Viver conforme a vontade de Deus não é, portanto, passar pela via larga, mas pela estreita (cf. Mt 7,13-14; Lc 13-,24), pois não há como chegar à santidade vivendo conforme a própria vontade, deleitando-se com os prazeres da carne, e afastando de si a mortificação. A beleza da vida virtuosa está na luta contra o mal, na batalha contra si mesmo, e na renúncia ao mundo. O cristão não pode desejar para si nada, senão os desejos de Deus. Não deve preocupar-se com nada (cf. Mt 6,25ss), apenas esforçar-se na luta constante para permanecer puro e agradável aos olhos de Deus. O mundo há de querer sempre arrastar-nos para si, seduzir-nos com suas ciladas, atracar-nos às suas falsas delícias, para que assim não tenhamos forças ou ânimo suficientes para regressarmos ao caminho da salvação. Os clássicos inimigos de todos os cristãos são o diabo, a carne e o mundo. E diante de tais inimigos, não deve ficar o católico estático.

Deve preparar-se para o combate, como nos alerta o apóstolo Paulo: 

“Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares.

Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno.

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Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos” – (Ef 6,11-18)

A ação e oração devem caminhar juntas para que vençamos estes tempos bélicos, pois não há outro tempo de batalha, senão este em que vivemos. Talvez não percebamos isto, talvez nosso conceito de batalha seja o das guerras clássicas, de exércitos, de armas, de sangue…

Muitos aliaram estas duas batalhas: lutaram contra o mundo, contra a carne, contra o mal, e acabaram dando a sua vida por causa disto. Os martírios diminuíram, é verdade, mas o mundo está cada vez mais impiedoso, Satanás tem encontrado cada vez mais espaço para agir, e os homens se tornaram ainda mais escravos do próprio corpo. E é por isso que devemos nos voltar para a batalha que deve acontecer todos os dias em nossas vidas, e lutá-la. Não basta sabermos do dever de resistir ao mal, devemos nos revestir da armadura de Deus! Devemos nos manter vigilantes, atentos, e jamais deixarmos a oração, a penitência e o jejum, a fim de mantermos o espírito e a carne preparados.Preparando o espírito, nos tornamos mais capazes de dominar a carne, a fim de nos encontrarmos prontos para trilharmos o caminho da santidade. O caminho da perfeição passa pela cruz. 

Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual envolve ascese e mortificação, que levam gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças. Não para perder a alegria, mas para tentar alcançar a perfeição, devemos nos despir do “homem velho” (cf. Ef 4,22) através da mortificação, dando lugar ao “homem novo” (cf. Ef 4,24).Aceitando os sofrimentos que nos ocorrem, jejuando, privando o corpo de prazeres e excessos, enfim, fazendo sacrifícios, afastamos de nós as más inclinações, e assim nos assemelhamos mais a Cristo, que, mesmo em toda a sua perfeição, não se isentou do sofrimento e da cruz. E por que nos afastaríamos, se é pela cruz que Cristo obteve, e nós obtemos a vitória? O sofrimento, as dores, as dificuldades sempre vêm, e são ainda maiores para aqueles que buscam a santidade. Devemos aprender a administrá-los, a não renunciá-los, e a crescermos com eles.

Ora, só se obtém uma espada após forjar o metal. “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” – (Gl 2,20). E para que Cristo viva em nós, é necessário lutarmos a cada dia, sem cessar, contra tudo o que nos afasta d’Ele. Vigiando e orando, revestidos da armadura de Deus, sigamos vivendo estes tempos bélicos.

Rezemos, jejuemos, para que possamos, chegar aos céus e, combatendo á tudo e á todos, que não estão se preocupando com o desmoronamento da Igreja, seu modernismo e aparentes boas mudanças! Rezemos, Jejuemos e nos penitenciemos, pois creio que somente assim, ajudaremos e viveremos o que Nosso Senhor nos disse: viver no mundo, sem ser do mundo. Rezemos á Deus e peçamos a intercessão da Santíssima Virgem Maria, dos santos, em particular do Beato Pio IX, para que muitos e muitos dentro da Igreja, inclusive de sua hierarquia, abandone a linha liberalista, populista e modernista.

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Equipe Padre Rodrigo Maria

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